Criatura Ingrata
Penso naquela ingrata de lábios dourados
Tem uma face fascinante, Cibele, não me via;
Que com amor ávido de beijos tanto sofria
Teu lindo olhar no meu sonho então sagrado.
Ave de rapina, que piando com seus agouros
Pintes meu empíreo de feral e vil luto
Ave tão bisonha que o bater das asas escuto
Meus dias passarão mas não meus tesouros.
Perdido na forma, em vão, a imagem impura,
Lapso nas sombras da maldade na secura,
Choque de defeito neste amor existe.
Recebi a versão do poeta que pra mim jura
Que de formas mutiladas pela loucura
Continuamente viverei lívido e tão triste.
Herr Doktor