Criatura Ingrata

Penso naquela ingrata de lábios dourados

Tem uma face fascinante, Cibele, não me via;

Que com amor ávido de beijos tanto sofria

Teu lindo olhar no meu sonho então sagrado.

Ave de rapina, que piando com seus agouros

Pintes meu empíreo de feral e vil luto

Ave tão bisonha que o bater das asas escuto

Meus dias passarão mas não meus tesouros.

Perdido na forma, em vão, a imagem impura,

Lapso nas sombras da maldade na secura,

Choque de defeito neste amor existe.

Recebi a versão do poeta que pra mim jura

Que de formas mutiladas pela loucura

Continuamente viverei lívido e tão triste.

Herr Doktor

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 05/04/2007
Reeditado em 29/09/2008
Código do texto: T438354
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