UM ESCRIBA QUE OUVIA A VOZ DO VENTO
Odir Milanez
A partir deste instante, estou deixando
de ser quem fui de fato e de direito.
Abro mão de poeta do conceito
e vou da vida em versos me expulsando.
O vento que me vem é vento brando.
Quero lhe ouvir a voz, mas não tem jeito.
Murmurinhos mutantes, sem proveito,
qual um canto que canta alguém chorando...
A minha boca beijos mais não liba,
de ser e dar carinho falta o intento,
meus castelos de areia o mar derriba.
A partir do final deste momento,
desisto de sonhar em ser escriba,
um escriba que ouvia a voz do vento!...
JPessoa/PB
10.07.2013
oklima
Eu era apenas um escriba
que ouvia a voz do vento
e versava versos de amor...