DESPERTAR NA TEMPESTADE
Chuva rebelde bate em congeladas pedras,
Na janela de um letárgico sentimento,
Embalando sono nevrálgico argumento,
Longínquo passado que foi guardado em dobras.
Os clarões iluminam tudo e o retrato,
Lúgubre e solitário dança em minha frente,
Com um sorriso mórbido inconsequente,
Daquele que se foi e não previu maltrato.
A natureza barulhenta me oferece,
A chance de sair do marasmo rotineiro,
Atirando o quadro ao chão com o saraiveiro .
Juntando cacos do passado que fenece,
Cenário que sustentou lembranças sofridas,
Enfim procuro curar as velhas feridas.