DESPERTAR NA TEMPESTADE

Chuva rebelde bate em congeladas pedras,

Na janela de um letárgico sentimento,

Embalando sono nevrálgico argumento,

Longínquo passado que foi guardado em dobras.

Os clarões iluminam tudo e o retrato,

Lúgubre e solitário dança em minha frente,

Com um sorriso mórbido inconsequente,

Daquele que se foi e não previu maltrato.

A natureza barulhenta me oferece,

A chance de sair do marasmo rotineiro,

Atirando o quadro ao chão com o saraiveiro .

Juntando cacos do passado que fenece,

Cenário que sustentou lembranças sofridas,

Enfim procuro curar as velhas feridas.

Zastra
Enviado por Zastra em 09/07/2013
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