NA TERRA DOS SOVIETES
Moskva, Agosto de 1973
Foi ainda no tempo da Velha Senhora.
Da Lusitânia me levaram ao rio Moskva
Por cujas margens passeei à luz da aurora
Aproveitando a trégua que por cá reinava.
Era um antigo sonho o competir lá fora
Mas urgia vencer a força que imperava
Num colectivo ambiente sempre por penhora
Tão grave, dizem, como a terra que m´ esperava…
Pelos sinais que do Capítulo emanavam
A discussão foi estéril, e assaz mesquinha,
Que o generoso Maioral fez abortar…
Vi, assim, os ingénuos sonhos que s´ ornavam
Numa espiral tão rara em mágica varinha
Que fez da minha vida uma aura d´ encantar.
Vi os Sovietes, sim, diferentes mas iguais
Vivendo o dia-a-dia tal como os demais
À luz de um astro branco sempre a estrelejar…
Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE