O meu desejo

Meu desejo é punhal que a carne dilacera

Uma arma branca que o empíreo atravessa

Urro que estremece oceanos na primavera

É vendaval que acorda no arrebol a avessa.

Meu desejo é garoa apedrejada de granizo

Areia a respirar sorvida pela língua da onda

É o sonho de um verso almejando ser indriso

Uma loba em defesa e a sua ninhada ronda.

Meu desejo se faz fogo, em água é ebulição

Um aço que encurva e que rompe estrutura

É demônio disfarçado em festa de candura.

Meu desejo é raio de sol que violenta a fenda

E que rasga a vestimenta negra da escuridão

Meu desejo, minha crença, inacabada oração.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 08/07/2013
Código do texto: T4378274
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