Um coração igual ao meu
Ah, esse meu mundo de ares... tão revolto...
Onde se questiona o amor que não lhes vem,
Ainda procura no silêncio ou muito mais além,
O que lhes fez um ser preso, antes assim tão solto.
Ah, esse amor recluso que me inflam’alma,
Que descortina o cerne do meu próprio eu.
Deveras, dele saber o que de fato aconteceu
E pela razão aflorada que o coração reclama.
Rasga n’alma e resvala a dor de uma saudade,
Que um dia se fora ao alvorecer da pobre tarde...
Onde meu olhar, feito poema, se lançou e se perdeu.
E só quem amou, sonhou, sofreu, sentiu na própria carne...
Saberá o que vos falo em versos soltos dessa realidade...
Pois, com certeza, esteja aí um coração igual ao meu.