ENTRE CHOPIN E UM VASO DE VIOLETAS
Repousa sobre o som jamais tocado
Na capela de acordes nebulosos,
O sorrir de dois anjos penumbrosos
Pela noite inspirando, tresloucados,
Delirando a cantata, os namorados,
Virginais, sonoros, suspirosos
Em olhares dolentes e sedosos,
Vão em raios harmônicos, teclados.
E no embalo do místico piano
Ascendendo harmonias lutuosas
Ante as sombras febris de tais enganos,
Chama o beijo que a noite torna humano,
Ao morrer nas salivas tediosas,
Pra viver entre as lágrimas dos anos.