SOMA SEMA
Ouvir dizer, morrer no corpo, o sono
Eterno que no corpo se descobre
E chama de vida, a chama que a cobre
Quanto mais pensa o homem ser o dono.
A vida encastelada nesse abono
De sono temperado em sono pobre
Em tudo manifesta. E que nos sobre
O sonho antes ser do puro sono.
E diga mil vilezas de esperanças,
E cante de prazer nas contradanças,
E julgue que jorrou na foz do nada.
Que o sonho que pensou estar desperto,
Revele entre as formas do deserto
O oásis dessa vida imaginada.