DEPOIS...

(...) depois... a vida prosseguiu, inexorável,

Arrastando consigo os seres vivos.

E cresci, tornei-me adulto, responsável,

E acatei os deveres sucessivos.

Não fui vadio. Sempre fui afável

E tratei bem a todos: Senhor e cativos.

Fui esportista, poeta, e é bem provável

Ter sido bom esposo e pai dos mais ativos.

Entreguei-me ao trabalho tanto, tanto!

Sofri as amarguras, derramei o pranto,

Mas, também fui feliz aqui e ali.

E tanto me empenhei, em ânsia, delirante,

Que num simples período, num instante,

Passou a vida e eu nem ao menos percebi!

Salé, – Lucas página 21 do meu livro

CANTIGAS DE MINH´ALMA 18/06/1954