COMO PINGENTE!





COMO PINGENTE!
Silva Filho


Hei de querer alguma flor do prado
Como pingente, pendurada no meu peito
Planta carnívora que me tem capturado
Para depois... digerir-me no seu leito.

Por essa joia, vou por nichos... estuários
Vou por cerrado, por vergel e por agreste,
Vou pelas urbes e por recantos agrários
Por qualquer chão que de verde se reveste.

Já não suporto a ausência do pingente...
É uma flor que me consome calmamente
Enquanto fico a sonhar com seu amor!

Se é com carne que mantém a sua vida
Dou-lhe meu corpo e meu sangue, pra bebida.
Mesmo que venha a sofrer alguma dor!