UM SONHADOR

Sufoca-me essa angústia, estou carente
Definho em desalento atroz imerso
Do teu perfume o rastro assaz perverso
Lancina o coração roto, dolente


Acossa-me a lembrança renitente
No lúgubre jardim vago disperso
Os méleos devaneios do meu verso
O acerbo turbilhão sorve, inclemente


Desesperadamente clamo, grito
Procuro algum sinal que me conforte
Nas curvas desta escuridão medonha


A tua luz me nutre... Necessito
Que mudes de uma vez a minha sorte
Contigo este rapaz ainda sonha