SONETO PARA AUGUSTO DOS ANJOS
Somos todos filhos do carbono e do amoníaco.
Interrogações hipocondríacas.
Somos sopros análogos a ânsias
Células nervosas, cardíacas.
Somos todos noctívagos errantes
Que ficam por trás de um cigarro
Quando a exata boca de deus
Ensaia seu mais que divino escarro.
Somos todos forasteiros
Vivendo neste mundo como fera
Esperando o fim que tudo acera.
Somos todos de ruínas constituídos.
Vivemos insondáveis na espera
Sob “a influência má dos signos do zodíaco”.