SONETO PARA AUGUSTO DOS ANJOS

Somos todos filhos do carbono e do amoníaco.

Interrogações hipocondríacas.

Somos sopros análogos a ânsias

Células nervosas, cardíacas.

Somos todos noctívagos errantes

Que ficam por trás de um cigarro

Quando a exata boca de deus

Ensaia seu mais que divino escarro.

Somos todos forasteiros

Vivendo neste mundo como fera

Esperando o fim que tudo acera.

Somos todos de ruínas constituídos.

Vivemos insondáveis na espera

Sob “a influência má dos signos do zodíaco”.

Leon Cardoso
Enviado por Leon Cardoso em 02/07/2013
Código do texto: T4368717
Classificação de conteúdo: seguro