Ingrato tempo
Banalizar minha paixão é um erro crasso,
Tu não devias ter nem ter pensado assim,
Pois dei demasiado a ti o melhor de mim,
Nem por isso acho que dei um mal passo.
Tudo agora que espero é meu próprio fim,
Nada mais há de bom naquilo que eu faço,
Como queria ter os famosos nervos de aço,
Mas tu és igual tatuagem de tinta nanquim,
Indelével na aparência, estás bem no fundo
Do meu ser e assim sofro pelo seu descaso;
Logo tu a quem ensinei viver nesse mundo.
Se eu fui, infelizmente, somente um caso,
Isso é a tua opinião, e para mim é profundo
Ressentimento de quem se afoga até no raso.