Onça (3)
 
Feito uma onça que pressente a caça
eu sigo os rastros teus no chão molhado,
a farejar teu cheiro perfumado,
que está na minha tez e nunca passa.
 
Farejo-te com zelo, com cuidado,
para que a sedução não perca a graça
e o teu desejo vire pó, fumaça,
tornando o amor tristonho, malfadado.
 
Espio-te de longe e te cobiço
por conta desse teu perfume e viço,
e assim o meu desejo vai crescendo.
 
Jorrando nos teus olhos meu feitiço,
e vendo o belo corpo teu tremendo,
enlaço-o com paixão e, enfim, te rendo.
 
 Brasília, 1º. de Julho de 2013.
 Pura chama, pg. 25
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 01/07/2013
Reeditado em 27/03/2017
Código do texto: T4366458
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