IREI MORRER DE AMOR QUE DESBARATAM
Do tempo trago o triste pensamento,
E já de amor a bem do mal ficou,
Das águas, rios, minha alma levou,
Contente está, de quem me fez tormento!
Que farto e fita em feito sentimento,
Tal ódio, mas mais ama no que amou,
A quem por bem, que tem amor cobrou,
Cansado está meu grande sofrimento!
Assim, eu, como tenho amor, mais sinto
Também, as muitas dores que me matam
A ver o duro tempo que não minto.
Oh, fraca a frota em finto que me acatam
Os grandes medos meus por mero instinto,
E irei morrer de amor que desbaratam!