Doce passado.
No silêncio destas noites de inverno
Ah, Anjo! Tristíssimo ainda me lembro
Daquelas tardes, no fim de novembro,
Quando nosso amor parecia eterno.
Lembro do teu olhar, tão simples e terno,
Que procurava o meu, sem assombro.
E quando cochilava em meu ombro
Esquecendo de teu desgosto interno.
Apenas no passado posso ter-te
E se de outra forma eu desejar ver-te
Será no leito em que está sepultada.
Mas me espere, querida donzela,
Pois já vejo a morte, altiva e bela,
A me preparar a cruel facada.