RUDE DESTINO
Por que você se cansa e se pergunta tanto
se tanto percebeu que já não vale a pena
você tentar viver, tentar achar encanto,
num céu tão sem azul, em almas tão pequenas?
Por que você lamenta o fracasso de tudo
como se assim fizesse alguma diferença
e aos seus próprios problemas você fica mudo
e por não resolvê-los perde a própria crença?
Por quê? Qual a razão? Que sentimento o move?
Que lágrima sem termo tanto te comove?
Que vento há dentro em ti que nunca se aquieta?
Você não se responde, nem sequer entende
o porquê dos porquês, simplesmente se prende
a este rude destino de talvez ser poeta.