Sozinho
Sozinho, de olhar sombrio, há tantos anos
Ao relento, um espectro de ser, esquecido
Ainda espreita o presente, o amor perdido
E que o futuro o jaz em brutal desengano.
Sozinho, e de um amor sem brio, o sobejo
Da brisa no rosto e o desgosto, se espalma
E por tanto negar-lhe, o amor da sua alma
Mergulhou na dor, desde o primórdio desejo.
Sozinho, um ébrio, na sua dor discrepante
E que alimentou inútil, uma paixão errante
Caído por terra, por uma fantasia mal feita.
Sozinho, um pobre coitado, fruto da ilusão
Mas que sangrou o peito, pra ter o coração
Cheio de amor, por aquela que só o rejeita.