SONETO DAS INVERSÕES
Já não tenho na boca
o gosto doce do mel
e só existe no seu céu
uma amargura muito louca.
Já não tenho na face
a bronzeada tonalidade
que existia na idade
do sol que sempre nasce.
Já não existe mais,
pois agora jaz
aquela fascinante alegria
porque você fugiu de mim
deixando então, assim,
uma noite em cada dia.
16 de Outubro de 1989