LUZ DUVIDOSA
Amor é essa luz tão duvidosa
que não sabe se brilha ou se escurece;
por um momento é cólera ruidosa,
em outro instante é um cicio de prece.
Amor é aquela poça funda e rasa
que ora reflete a lua, ora a esvaece;
por um instante é sol aceso em brasa,
em outro dia já não amanhece.
Amor é isso que me dói e cura,
me contenta e deprime, arde e tortura,
um dia me revive, outro me mata.
Amor, que é meu lamento e meu sorriso,
tanto é o inferno quanto o paraíso,
tanto me rouba quanto me resgata.