APRENDENDO A VERSAR CO'A SOLIDÃO
Essa solidão é uma rosa,
Flor tão delicada e traiçoeira
Digo, não é má a flor inteira,
Mas sua beleza é perigosa.
Face-a- face, não é vez primeira
Que co’ela paro, em verso e prosa,
E escrevo sua lira atenciosa
Mas machuco a mi’a alma que floreia.
Então vem o torpor e a saudade
Doutros jardins. Ai quanto alarde
Faz a ciosa rosa, em seu rancor!
Machuco os meus lábios com seus beijos
Plantei essa rosa no meu peito
E aprendi a versar com seu palor...