O grito

Ouço a voz do meu povo mais sofrido,

Refém da violência e da miséria,

A justiça jamais lhe dá ouvidos,

Somente lhe condena e lhe encarcera.

Ouço o trabalhador tão desvalido;

O aposentado que se desespera;

Ouço o desabrigado ressentido,

Que cada dia mais se depaupera.

Ouço o lamento dos desempregados;

O gemido de quem pede consolo;

Ouço as angústias dos adoentados...

... O que revolta mesmo é o absurdo

De quem pode fazer – se faz de tolo!

E quem pode mudar – se faz de surdo!

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 27/06/2013
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