EPICENTRO

Quem sabe a noite afivelando o dia

Deixasse o rosto revelar seu vinho

Na taça bronze de um vivaz caminho

O gosto puro de quem nem sabia

Sentir a malha que o sentido espia,

Mas não podia suspeitar-se o espinho,

Somente a força, tecelã do linho

Ao ser rasgado nos clarões da via,

Ciceroneia aos rincões noturnos,

Desengastando quem jamais marchara

Dos próprios sonhos para os seus coturnos...

... E dos coturnos para o próprio Sonho;

Mas não reclame se por fim deixara

Quebrar o sopro do que foi risonho.