QUÃO-ME FICOU A MÁGOA ETERNAMENTE
Farto de descobrir tanta mentira,
Verdade que pensava que existia,
Porém vem a ser pura fantasia,
Desta primeira pedra, quem atira?
Ó que tão podre e falsa a tal safira;
Que brilha sem ter cor nem alegria!
Em todo o tal novelo, referia
A sorte, que me dá como me tira!
Como o diabo esfrega duro dente,
Deste mal que está feito nesta vida,
Em pecado de amor assim crescente.
Na paixão doutro tempo prometida,
Que não cicatrizou maior ferida,
Quão-me ficou a mágoa eternamente!
AUTOR: ANGELO AUGUSTO