DE NÓS, NA TARDE

Haveria, por certo, alguma distância
no que não fomos, fatos desajeitados,
desverdades, inútil dissonância
entre nós e caminhos já andados.

Nas descobertas do outono, o encontro.
Nada nunca voltará ao antes.
No máximo, um pedaço do outro,
um resto de possíveis amantes.

Somos a imprecisa probabilidade
de um gesto afável, o contato,
a brusca intenção de felicidade.

Somos, então, essa coisa de verdade
que há no toque, na perspectiva do tato
de teu corpo. Do meu. De nós, na tarde...

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 26/06/2013
Reeditado em 03/07/2013
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