SONETO DA AUSÊNCIA AMADA
Quando tu não estás aqui comigo
É que te vejo, então, inteiramente
E tendo o sofrimento como amigo
Adoeço rindo e choro contente.
É (no pensamento) teu o amor perfeito,
És imaculável na tua ausência,
Teu olhar é doce, doce é o teu jeito,
Sem o meu temor dessa convivência.
Este meu dilema é paradoxal,
"De amar-te longe do meu coração"
Sendo meu remédio, vem a ser meu mal.
Triste é o resumo desta confusão:
Prendo-te aqui ou deixo-te afinal?
Que esfinge vence a minha questão?