Ó TEMPO QUE NA VIDA ME MARCASTE
Ó tempo que na vida me marcaste!
Andas lento, mas sempre na esperança
Dum dia me matares! Na bonança
Que me vês, de sujeito mais ganhaste!
Pelos anos terríveis que esperaste;
Por me ver nesta cova em segurança,
Para não mais fugir de curta lança,
Que me fiz, de ser tarde, e magoaste!
Quão poder absoluto da verdade;
Não posso fazer nada, contra ti!
Ímpia e madrasta sorte na amizade...
Em que vi mais engano sempre aqui!
Mas, que vale a procura em lealdade,
No preço que paguei do que sofri?
AUTOR: ANGELO AUGUSTO