Soneto à chegada da chuva
Nove mêis sem u'a chuva,
té as lágrima secaro,
eu cuií só o q'a luta
e o forte suó prantaro.
No currá mias vaca magra
matam a sede no cuispe.
Só a sussarana amarga
e o carcará sai impune.
Mais finda essa vida amarga
nas premessa de ajuda
c'as boa nuve aprepara:
O céu se tranca e urra,
inté o sabiá precata:
s' alegra!, poi vorta a chuva!