TARDE DE CRUVIANA
Era tarde céu escuro e tenebroso
Triste e lôbrego o vento assoviava
Medonho e açoitando devastava,
Matas, casas, bramindo furioso.
Da cachoeira ouvia-se o murmúrio
Enquanto lá na velha casa a Eunice,
Reunia-se e lucubrava com Clarisse,
No vão ao lado, gemidos e lamurio.
Cai à noite num instante tudo passa
Levanta Eunice e ascende à lamparina,
E no quarto ao lado brada a menina.
Já resplandece na aurora, oh Clarisse!
O deslumbre do inverno lá na roça
Oh zéfiro! Preserva a nossa choça.