IMPLACÁVEL TEMPO

Na angústia dos sonhos revejo a tua imagem

Nada mudaste – nem tua nuance cã

Uma expressão de dor que rotulas bobagem

Um arrependimento e uma fala vã.

O céu de brigadeiro - a estrela de Anteneu

Taparam-se de nuvens do Estige faminto

Parecendo afirmar que a volúpia morreu

E tu vagas perdida em um labirinto.

Ouso dizer que o céu que de mim apagaste

Explode de luz por uma estrela cruzeira

Emprestando-me as réstias que tu renegaste.

Implacável é o tempo – a vida, passageira,

Vai-se provando méis de diversas colmeias

Mas guarda-se o amargo só na derradeira.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 24/06/2013
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