IMPLACÁVEL TEMPO
Na angústia dos sonhos revejo a tua imagem
Nada mudaste – nem tua nuance cã
Uma expressão de dor que rotulas bobagem
Um arrependimento e uma fala vã.
O céu de brigadeiro - a estrela de Anteneu
Taparam-se de nuvens do Estige faminto
Parecendo afirmar que a volúpia morreu
E tu vagas perdida em um labirinto.
Ouso dizer que o céu que de mim apagaste
Explode de luz por uma estrela cruzeira
Emprestando-me as réstias que tu renegaste.
Implacável é o tempo – a vida, passageira,
Vai-se provando méis de diversas colmeias
Mas guarda-se o amargo só na derradeira.