A CANÇÃO PERDIDA
Eu sou uma de tuas tristes canções
Que deixaste perdidas, jogada aqui;
Reclamando como o riacho chorão;
Procurando-te aqui e também por ali.
Eu sou aquela frase que não tem vírgula
Encontrada em uma gramática qualquer,
Procurando nódoa onde não há mácula
Uma canção perdida em corpo de mulher.
Sou eu mesma que tanto, tanto te amei,
Que chorei quentes lágrimas em borbulhas
Esgotadas na afetiva carência de detê-lo.
Assim na teimosia constante sempre serei
Uma canção perdida entre secas folhas
Caídas pelo chão do destino sem retê-lo.
DIONÉA FRAGOSO