Vagas Flutuantes
Caminho solitário, envolto em treva
Meus olhos espalhando-se, soturnos,
Vigiando teus olhares: cores, névoa
De olhares gris, fatídicos, noturnos...
Em lágrimas diluo, leva após leva
De sangue maculando os céus escuros,
O desespero acerbo que se eleva
Da cama à solidão dos altos muros
Onde as estrelas tenho encarceradas
Vagas flutuando em torno do reflexo
Do rosto teu que a falta me apresenta
Rosto moldado d'anjos e de fadas,
Promessa de um amor rude e sem nexo
Que à vida me devolve em morte lenta...