O médico e o monstro
Estranhamente às vezes somos loucos.
E as nossas atitudes são bisonhas.
Serenos, sociáveis, somos doutos,
Depois tomamos formas bem medonhas.
Não somos nós, às vezes, somos outros...
Agimos sem pudores, sem vergonhas;
Por vezes nossos gestos são envoltos
De monstruosidades bem tristonhas.
O ser bondoso em nós tão redimido,
Mas em seguida um fel, um fogo arde,
Substitui-lhe um anjo decaído.
E assim, num ritual frio e covarde,
O cérebro se julga arrependido,
E o coração lamenta: “_ É muito tarde!”.