O médico e o monstro

Estranhamente às vezes somos loucos.

E as nossas atitudes são bisonhas.

Serenos, sociáveis, somos doutos,

Depois tomamos formas bem medonhas.

Não somos nós, às vezes, somos outros...

Agimos sem pudores, sem vergonhas;

Por vezes nossos gestos são envoltos

De monstruosidades bem tristonhas.

O ser bondoso em nós tão redimido,

Mas em seguida um fel, um fogo arde,

Substitui-lhe um anjo decaído.

E assim, num ritual frio e covarde,

O cérebro se julga arrependido,

E o coração lamenta: “_ É muito tarde!”.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 20/06/2013
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