GRITOS
Caminho ao horizonte, à procura da sorte,
nem tudo é claro, pois já noite,
ouço cânticos fúnebres e o vento açoite,
amargurado, sinto o meu eu distante,
as pernas tremem de tanto caminhar,
nos vales do grito da morte,
cansado, e com sede, sem ver o luar,
embriagado de desespero, sinto-me diferente,
sobre a margem do oculto
onde gatos miam e cães ladram,
com vozes, trazendo vultos,
preenchendo o infinito,
sem trilhos de amor,
pois a razão perdeu-se nesse labirinto...!