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SONETO ÍNTIMO [419]
 


Por entre lingeries, teus alvos gomos
despontam-me a beijar os horizontes;
dois feminis adornos, lindas fontes
em que meus olhos curvam-se mordomos.
 

Outeiros, dunas, uns pontudos montes,
a contemplarem longe os cinamomos
e a pôr em laço o par que agora somos
– entes afins, que não rinocerontes.
 

Sob o carmim das vestes, os teus seios,
que nem cerejas, frutos colossais;
o anil do sangue a desenhar-se em veios.
 

Manjares muito ao gosto dos estilos:
meus olhos bêbados se inclinam mais,
e do teu peito flecham dois mamilos.
 

Fort., 16/06/2013.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 18/06/2013
Reeditado em 18/06/2013
Código do texto: T4347685
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