Meu óbito

Finalmente tornei-me um fantasma,

Desde o momento que me expulsou

Da tua vida, dizendo que se cansou

Dos sofrimentos e da vida de lesma.

Às vezes, nem sei mais quem eu sou,

Como vivo inteiramente de sofisma,

Desde que veio ocorrer nosso cisma,

Vivo igual uma ave que não pousou,

De tão distante, tudo que vejo é caça,

Sem remorso nem alguma compaixão,

Os meus olhos veem somente carcaça.

Hoje enclausurado no mesmo caixão,

Porque não há nada mais que eu faça,

Eu estou invisível para minha paixão.

Le Roy
Enviado por Le Roy em 15/06/2013
Código do texto: T4343253
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