Castração artística

Essa infertilidade literária,

Essa impotência cultural-poética,

Mostrando a mente inerte, sedentária

E a alma catatônica, patética...

O leitor na cobrança tão frenética,

E a caneta ansiosa e solitária.

A inspiração expondo-se caquética

E a musa tão ausente, essa ordinária!

Sinto que congelou o meu “riacho”.

Sou da indolência o mais triste refém.

A inexpressão me fez de seu capacho.

... Palavras, letras, tudo ali, porém,

Eu aqui, inútil, cabisbaixo,

Feito um eunuco dentro de um harém!

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 12/06/2013
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