Castração artística
Essa infertilidade literária,
Essa impotência cultural-poética,
Mostrando a mente inerte, sedentária
E a alma catatônica, patética...
O leitor na cobrança tão frenética,
E a caneta ansiosa e solitária.
A inspiração expondo-se caquética
E a musa tão ausente, essa ordinária!
Sinto que congelou o meu “riacho”.
Sou da indolência o mais triste refém.
A inexpressão me fez de seu capacho.
... Palavras, letras, tudo ali, porém,
Eu aqui, inútil, cabisbaixo,
Feito um eunuco dentro de um harém!