Sigilo

Aos poucos a cidade vai calando

As vozes carregadas de lamúria.

Calando-se também se vai a fúria

De um dia que se foi lacrimejando.

Não mais se vê daqui tanta penúria

Da gente que eterniza caminhando.

Aos poucos as estradas vão parando

De conduzir os pés para a luxúria.

Bobagem! Vem a noite e o que acontece

É que o silêncio vem quando anoitece

Para dobrar as coisas absurdas.

O mal, a morte, os ventos, os zumbidos,

Espalham pela noite seus gemidos

Aproveitando as ruas que são mudas.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 11/06/2013
Reeditado em 13/06/2013
Código do texto: T4335411
Classificação de conteúdo: seguro