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BALANÇO DE MIM [417]
 

Dou-me balanço do que sou e fui,
e nada sou às bordas deste mundo,
em que não estudei, ou fui a fundo,
como, na certa, fez o grande Rui.
 

Passei à margem, feito vagabundo,
aquele mesmo que no Chaplin flui
e que, palhaço, sempre mais influi,
embora bronco, sem saber profundo.
 

Já quis, enfim, ser cidadão da vida,
vogando sonhos aos quais dei guarida,
mas sem olhar somente meu umbigo.
 

De mim, neste balanço agora feito,
das liberdades que me pus no peito,
esta a que almejo: só viver contigo.
 

Fort., 10/06/2013.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 10/06/2013
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