DELIRIO AMORO

Na amplidão da noite sombria

Por onde vago com meu mal que alteia,

Como um moribundo corvo que vagueia

Ao fúnebre som da triste orgia.

E (ai de mim), desgraçado que anseia

Acabar-se em fatal melancolia!

E que na estridente voz em vão dizia:

Vem, pois, vem a mim, escura Morte e feia!

Pois, vem abraçar-me com negros braços

E faz-me cativo a teus pés retido,

Dando-me alento a meus cansados passos!

A teus acerbos laços quero atar-me,

Dando fim ao que em tudo foi vencido,

Ah! Vem, fera Morte, vem buscar-me!