MARTÍRIO...
A vela de luz finda sobre o prato,
De bruços, emborcado sobre a mesa,
Tremia lá no espelho o meu retrato,
Ainda muito jovem em grã beleza!
O fogo desta chama, fogo ingrato,
Minguava fenecendo a chama ilesa;
A morte desta chama é certa, é fato,
Na brisa que a perpassa com frieza!..
O vento então soprando lentamente,
Fazendo a chama arder mais calmamente,
Apaga pouco a pouco a luz do círio...
Sabia-se da chama aquela sorte;
Assim, também, eu sei virá a morte;
Talvez seja o final do meu martírio!
Arão Filho
São Luís-Ma, 06/06/2013.