Para um certo incerto amor

Para um certo incerto amor

Cedo durmo às sombras da incerteza

E te cedo as razões mesmo que falhas

Fácil farto-me com abundantes migalhas

Conformado, alimento tua vil avareza.

O teu amor sintetiza-se em pobreza

E te pago em moedas de mesma igualha

O futuro é como agulha entre palhas

E o passado, águas cheias de impurezas.

É a carne que se rende à fraqueza

N'alma nasce o remorso que se espalha

Em amargos sentimentos de tristeza.

Que me vale travar essa vã batalha

Se essa história sucumbirá à frieza,

Pras lembranças num álbum de farfalhas?

Beto Acioli

06/06/2013