Pra um incerto amor

Pra um incerto amor

Cedo durmo às sombras da incerteza

E não cedo às razões mesmo que falhas

Fácil farto-me com abundantes migalhas

Conformado alimento tua vil avareza

O teu amor sintetiza-se em pobreza

Reponho-te moedas de mesma igualha

O futuro é como agulha entre palhas

E o passado, água cheia de impurezas

É a carne que se rende à fraqueza

N'alma nasce remorso que se espalha

Amargos sentimentos de tristeza

De que vale travar essa vã batalha

Se já é certo que chegará a frieza

E que de tudo restará só farfalhas.