Ao som de um blues
Eis o meu peito em versos transformado,
Ao som de um blues. Na taça o tinto vinho.
Brilham na sala as brasas e os carinhos
De outro cigarro quase assassinado.
Lá fora a chuva escorre nos caminhos,
E os ventos frios uivam tresloucados.
Tudo parece um pranto acabrunhado
Sobre as esquinas dos escusos ninhos.
Minh’alma os céus abraça, festejando
A solidão dos breus eternos. Quando
A madrugada se faz ver tão fria,
Meu sangue explode em versos de louvor,
Rende mil preitos ao que não brilhou,
Goza os sabores da melancolia.