SENTIMENTOS ARREFECIDOS....
Inerte se prostra sentimentos frios, congelados
ignorado pelo tempo, amor arrefecido, acomodado
porvir este, que não se faz ser lembrado, se fez esquecido,
passeiam em círculos, absortos nas indefinições, perdidos...
águas que giram o monjolo, não retornam mais as sua origens,
passam e seguem seus rumos, percorrem seus regatos, regos
desaguando na imensidão dos rios, que desaguam nos mares
assim o amor se compara, se transforma, quando não transborda...
emoção que não mais cativa, não inventa, não mais se cria
sem reflexo, sem brilho, sem prisma, paixão corroída, exaurida
em perplexa quietude os olhares se desviam, não mais se veem...
caminhos que as pegadas já se fizeram apagadas, sem marcas
destinos que os ciclos terminaram, e o apoteótico passado, morreu,
ficaram somente as sobras, as migalhas, que o tempo sucumbiu...
Romulo Marinho