INSÔNIA
Enquanto a noite se desfaz lá fora,
nessa madruga tensa de saudade;
sou um solitário nesta cidade,
esperando que o dia nasça agora!
E possa me trazer, sem demora,
pelo menos, um pouco de felicidade;
pois é vencida a minha mocidade,
e são-me tardas todas essas horas!
Após cantar no galho um velho mocho,
senciente de que sou um pobre coxo,
espero ávido, o clarear da aurora!
Para me distrair com as belezas,
e disfarçar, um pouco, essa tristeza,
que se esparze por esta vida afora!