INSÔNIA

Enquanto a noite se desfaz lá fora,

nessa madruga tensa de saudade;

sou um solitário nesta cidade,

esperando que o dia nasça agora!

E possa me trazer, sem demora,

pelo menos, um pouco de felicidade;

pois é vencida a minha mocidade,

e são-me tardas todas essas horas!

Após cantar no galho um velho mocho,

senciente de que sou um pobre coxo,

espero ávido, o clarear da aurora!

Para me distrair com as belezas,

e disfarçar, um pouco, essa tristeza,

que se esparze por esta vida afora!

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 05/06/2013
Reeditado em 05/06/2013
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