O AMOR CEGO
Foste assim tantas vezes cortejada;
Que nem ligaste e que nem te importaste,
E não sei se em verdade que me amaste,
Tinhas amor em alma magoada!
Que foste certamente desejada;
Mas os caprichos que assim figuraste,
Neste amor de tão puro, que ficaste
Presa em rolo que te deixava atada!
Tantas desculpas de má pagadora;
Que te escondias no teu sofrimento,
Sem ter amor, jamais merecedora!
Só te podias queixar do teu lamento;
E que nem sequer viste, de impostora
Intransigência do teu sentimento!