O AMOR CEGO

Foste assim tantas vezes cortejada;

Que nem ligaste e que nem te importaste,

E não sei se em verdade que me amaste,

Tinhas amor em alma magoada!

Que foste certamente desejada;

Mas os caprichos que assim figuraste,

Neste amor de tão puro, que ficaste

Presa em rolo que te deixava atada!

Tantas desculpas de má pagadora;

Que te escondias no teu sofrimento,

Sem ter amor, jamais merecedora!

Só te podias queixar do teu lamento;

E que nem sequer viste, de impostora

Intransigência do teu sentimento!

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 05/06/2013
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