Nefelibata
II
Ó Visão do horizonte, do infinito,
Tersa, cravada na paisagem viva;
Lembra, delineados no granito,
Os seios nus de uma mulher lasciva.
Ó das paragens sacrossanto rito,
Transfigurado na mudez cativa,
Fluindo na aurora, relembrando um grito
Pulsando, fresco, como em carne viva.
Guslas agudas e oboés vermelhos,
Quedai-vos com a paz dos Evangelhos,
Feito o sono tranquilo das crianças.
Como as vertigens dos sentidos, passa,
Ó Visão que me cinge e que me abraça,
Ó bando sugestivo das Lembranças!
03-04/06/13