Soneto descrente!

Foi ignorância de Minh'alma

As tantas vezes que duvidei,

Pois suspeitas são as cousas que

Crês quando dizes tu que errei?

E aos réus deste amargo criador,

Sobra em trapos da terra um sofredor,

É mentira cantada que não me falta

Aos males me condeno: Existe Alma?

Desta vida — esta ventura, mi'vivência.

Levo a paz pois acredito: Morte não é fim, é

Transcendência; E não hei de morrer como um mártir.

E aos que jugam-me louco, pobre em devaneio,

Deixo este último apelo: Viva a vida.

Pois esta — única — não permite regateio.

———

Soneto escrito em sala de aula, logo quando minha professora disse (sem saber que se referia a mim) que ateus são pessoas ignorantes...

Daniel Reis
Enviado por Daniel Reis em 03/06/2013
Reeditado em 09/06/2013
Código do texto: T4323908
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