AS FALAS DA SAUDADE
Odir Milanez
O seu primeiro passo após a porta,
numa ida sem volta ao fim do mundo.
Lá fora a noite brame e o breu aborta,
abrumando o seu vulto em um segundo.
Tristeza tanta a casa não comporta,
nem suporta um silêncio tão profundo.
A porta aberta à rua, troncha e torta,
geme os gonzos ao vento vagabundo...
O negrume da noite adentra a sala.
Acho acender a luz. Venço a vontade,
enquanto o escuro estanque em mim se instala.
Nada me lembra um hino à liberdade.
Eu continuo preso à nossa fala
nessas mudas conversas com a saudade...
JPessoa/PB
03.06.2013
oklima
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Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos de amor...